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Recomendações para o
rastreamento do câncer anal:

grupos de risco e métodos diagnósticos

Quase a totalidade dos carcinomas escamosos do ânus são causados pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e são precedidos de lesões intraepiteliais de alto grau (HSIL), que são lesões pré-cancerosas detectáveis ao rastreio. Em 2023, a International Anal Neoplasia Society publicou um consenso com diretrizes para o rastreio do câncer anal. Apesar de raro na população geral, muitos grupos específicos são desproporcionalmente afetados.

O estudo ANCHOR (Anal Cancer/HSIL Outcomes Research) demonstrou que o tratamento de lesões pré-cancerosas HSIL reduz o risco de câncer anal em portadores de HIV. Adicionalmente, mais dados se acumularam sobre o risco de câncer anal em outras populações e sobre a performance dos testes e métodos de rastreio, permitindo uma base crítica para a geração de diretrizes de triagem do câncer anal, baseadas em evidência.

Recomendações da International Anal Neoplasia Society: rastreio de câncer anal por grupos de risco

Categoria de risco A (risco maior que 10 X a população geral):

Homens portadores de HIV que tem relações sexuais com homens

Mulheres transgênero portadoras de HIV

Portadores de HIV

Homens que tem relações sexuais com homens

Mulheres transgênero

Pessoas que receberam transplante de órgão sólido

Mulheres com câncer vulvar

Recomendações de inicio do rastreio

a partir dos 35 anos

a partir dos 45 anos

a partir de 10 anos após o transplante

a partir de 1 ano após o diagnóstico

Categoria de risco B (risco menor que 10 X a população geral):

Mulheres com HSIL cervical/vaginal ou câncer

Portadores de condiloma perianal persistente (>1 ano)

Portadoras de HPV16 cervical

Portadores de doenças autoimunes:

Recomendações de inicio do rastreio

Considerar rastreio em conjunto com paciente

Recomendações da International Anal Neoplasia Society: métodos clínicos e laboratoriais aceitáveis para o rastreio primário de câncer anal (nível de evidência BII):

Citologia anal (convencional ou em meio líquido)

RT-PCR para HPV de alto risco

Co-teste com citologia em meio líquido + RT-PCR para HPV de alto risco

Exame digital retal/anal

Apesar das evidências atuais sugerirem que o co-teste não oferece benefício sobre a triagem primária com a PCR para HPV de alto risco isolada para o diagnóstico de HSIL anal, o co-teste pode ser especialmente interessante pelo seu elevado valor preditivo negativo.

Considerações finais

A prevenção do câncer anal, através da triagem das lesões precursoras e do tratamento da HSIL anal, se provou eficiente entre indivíduos de alto risco.

A aplicação de metodologias diagnósticas de alta qualidade é de extrema importância para a base do sucesso no rastreio de lesões precursoras do câncer anal e para a real eficácia de programas de prevenção. Muito embora ainda não haja recomendações unificadas no Brasil e no mundo, a diretriz da International Anal Neoplasia Society, desde 2023, reúne as evidências disponíveis para a consideração do rastreio em populações específicas em todo o mundo.

Autores:
Rozany Mucha. M.D., PhD. Médica Patologista Rede D´Or
Arthur H. Cunha Volpato. M.D. Médico Patologista Rede D´Or
Rafael B. Paschoalini. M.D., MSc. Médico Patologista Rede D’Or
Everton Mesquita Dias. M.D. Médico Patologista Rede D’Or

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