Faz sentido realizar o
check-up cardiovascular sem
o Escore de Cálcio (EC)?

O QUE É O EC?

Tomografia computadorizada cardíaca não contrastada, de baixa dose ( < 1–2 mSv ) e sem preparo especial. 

Quantifica a calcificação aterosclerótica nas coronárias pelo escore de Agatston (área × densidade) e percentis ajustados por idade/sexo.  

QUANDO INDICAR?

Assintomáticos com risco intermediário pelos escores clínicos.

Fatores: hipertensão, tabagismo, dislipidemia, diabetes ou histórico familiar precoce. 

  Entre os métodos disponíveis como o Doppler de carótidas, o Escore de Cálcio se destaca por exercer o maior impacto na reclassificação de risco, ajustando-o em cerca de 40% dos casos (para mais ou para menos) e fornecendo estimativas significativamente mais precisas do que aquelas baseadas exclusivamente em parâmetros clínicos. (1)  

LIMITAÇÕES

Não indicado em sintomáticos, risco baixo/alto extremo ou pós-revascularização.  

Não serve para acompanhar mudanças de cálcio após estatinas.   

IMPACTO NA CONDUTA

EC = 0 risco muito baixo (<1 %/ano em 5–10 anos). Permite postergar ou evitar estatinas em muitos casos  

EC > 0 confirma aterosclerose subclínica e orienta intensidade de tratamento:  

• 1–99: leve  
• 100–299: moderada  
• ≥ 300: importante  

Percentis > 75**: carga elevada, maior urgência terapêutica.    

Ferramentas como o MESA Risk Score permitem recalcular o risco absoluto após EC  MESA
Calculator

CONCLUSÃO

Para uma avaliação verdadeiramente personalizada em pacientes intermediários, o Escore de Cálcio transcende os limites dos modelos clínicos, permitindo visualizar aterosclerose subclínica, reclassificar risco com precisão e individualizar condutas (estatinas, aspirina, metas terapêuticas e estilo de vida). Sem ele, navegamos “às cegas” em um mar de fatores de risco.  

Referência
1 Cardiovasc Diagn Ther. 2019 Jun;9(3):214–220. doi: 10.21037/cdt.2019.04.05